Quem foi ao SESC na noite de 14 de abril, certamente guardará na memória a apresentação do músico Toni Platão que acompanhado de sua banda proporcionou momentos mágicos que só a boa música é capaz de difundir. Com sua voz de barítono, Toni encantou o público presente com a naturalidade e facilidade em colocar sua voz nas interpretações, juntando a isso, um repertório de primeira, passando por Renato Russo, Marcio Greick, Antônio Marcos, Ângela Roro, alguns clássicos internacionais e da inesquecível Hojerizah, banda oitocentista da qual fez parte. Toni Platão agradou tanto que ao final do show, o público fez coro em pedir bis e foi prontamente atendido pelo cantor. Ele voltou ao palco satisfeito com a calorosa receptividade do público campista. Uma noite inesquecível para os amantes do BrRock. Foi a segunda etapa do Projeto Pop Rock 2001 que terá ainda, a Noite do Vinil Especial no dia 20 (em homenagem ao Dia Nacional do Disco de Vinil), que será realizado no Barbearia (Av. 28 de março, 304) e encerrando o projeto, a banda campista Terceiro Mandato no SESC, dia 28 de abril às 20h.
Bracutaia - Cultura na terra Goitacá
Bracutaia produções artísticas
Bracutaia produções artísticas - Romualdo Braga (99083034) e Wellington Cordeiro (99697840) -Produtores Culturais
sexta-feira, 15 de abril de 2011
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Banda Versão 4.0 no Projeto Pop Rock do SESC
A Banda Versão 4.0 apresentou um show acústico de primeira qualidade na abertura do Projeto Pop Rock do SESC Campos, no dia 7 de abril. Com novos arranjos e uma espécie de releitura de alguns clássicos do cenário do rock internacional dos anos 70 até os dias de hoje, os músicos proporcionaram ao público que lotou o teatro, uma nostalgia com o que se tem de melhor do pop rock internacional. São musicas que marcaram várias gerações e que são bonitas em qualquer tempo. A "Versão 4.0 - Acústico" se trata de uma união de músicos experientes, Ralfe Nunes, Walney Simões, Serginho Haddad e Leo Rossi, que buscam não deixar morrer a qualidade musical do rock antigo e, que procuram apresentar esse material com suavidade nas músicas, daí a pegada acústica preferencialmente. A banda tem influencias diretas do pop rock internacional como Brian Adams, Bon Jovi, Tears for fears, Queen, Dire straits, Chicago e etc.
Quem for à Gargaú, distrito de São Francisco do Itabapoana/RJ, e perguntar pelo Bar do Seu Luiz, certamente ficará sem uma resposta positiva, porém, se, ao invés disso, perguntar pelo Bar do Bracutaia terá uma resposta rápida e certeira. Isso porque Bracutaia é um personagem tradicional de Gargaú, conhecido nacionalmente. Seu Luiz de Souza Apolinário de nascimento — e Bracutáia por adoção — ficou famoso por manter uma tradição curiosa em seu bar. Ele vende cachaça com vários tipos de ingredientes em forma de conserva. Dentre uma enorme variedade, a que mais chama atenção é a de cobra. Isso mesmo. O freguês pode beber uma dose ou levar a garrafa com uma cobra dentro.
O bar, que tem mais de 40 anos, para quem visita hoje, pode parecer meio precário, mas é assim mesmo: simples como a vida de seu Luiz. Quem o visita, se encanta pelas curiosidades, além da variedade de cachaças, ele mantém pendurado no teto, duas cabeças de bezerros siameses, um sapato gigante e uma enorme cabeça de peixe. Nos fundos, um tanque de caranguejos, que é uma especialidade servida no estabelecimento.
Origem cangaceira
Bracutaia nasceu em 1924, na cidade de Olinda, sertão pernanbucano. Filho de Dimingos Apolinário, cangaceiro valente do bando de Virgulino Ferreira, o Lampião. Logo cedo se desgarrou dos pais. Aos 8 anos, juntamente com um grupo de pessoas precisou fugir da polícia pernambucana, que, na época, perseguia os cangaceiros. Inicialmente se instalou no litoral de São João da Barra, próximo a Grussaí, onde cresceu sobrevivendo da pesca. Mas tarde, casou-se com a campista Jeni Gomes Apolinário, que hoje sustenta 78 anos. Desta união, que se mantém há mais de 60 anos, nasceram 9 filhos.
Cachaça temperada
Além das cobras, marimbondos, escorpiões e jacarés são outros bichos utilizados por Bracutáia para “temperar” a bebida, como também, ervas, sementes e frutas, como carqueja, pau-pereira, coquinho do mato, pitanga, camboinha, jurubeba, jenipapo, boldo, entre tantas. Algumas misturas possuem indicações inusitadas, como a “paixão de homem”, usadas pelas mulheres para deixá-los apaixonados. As de cobra e o marimbondo são usadas para “levantar a moral” do homem. Já a “sexta-feira” serve para ajudar as mulheres a engravidar. Há, também, as que são utilizadas para fins medicinais, como a mistura que abaixa a taxa de diabete.
Seu Luiz conta que trouxe essa tradição de conservar bichos e ervas na cachaça do sertão nordestino. “Lá isso era muito comum, hoje em dia, não sei. Só sei que eu preservo isso, mas guardo o segredo do preparo a sete chaves”. Até hoje somente ele prepara as bebidas. Bracutaia alerta que é perigoso tentar fazer estas misturas, já que se lida com animais peçonhentos. É como se fosse um “segredo industrial”.
Ele garante que irá repassar essa misteriosa informação apenas para o seu filho e o escolhido foi o “Paraíba”, que é quem toma conta do bar, atualmente. “Não vou levar esse segredo comigo, essa tradição vai continuar nas mãos de meu filho. E, no momento certo, ele irá passar adiante para um de meus netos”.
Clientela famosa
Os mineiros, a maioria de Belo Horizonte, sempre foram seus maiores clientes. Mas por lá também passou muita gente famosa. Seu Luiz lembra que o ex-presidente, Juscelino Kubitschek, que era mineiro, numa visita à casa de seu amigo, Oswaldo Resende, que veraneava em Santa Clara - e que foi quem trouxe a iluminação elétrica para São Francisco do Itabapoana -, foi trazido para conhecer o bar. Bracutáia garante que JK só saiu depois de provar as cachaças com cobra e com marimbondo.
“Infelizmente não tenho uma fotografia da visita aqui no bar, mas guardo uma foto com o presidente tirada na casa do Oswaldo”. Muitos artistas também visitaram o bar, dentre eles, os atores Antônio Pitanga e Sônia Braga, quando gravavam o filme “Gabriela”. “Eles também provaram as cachaças”. Seu Luiz também lembra com saudade do amigo jornalista Winston Churchill Rangel, que era vizinho do bar e seu freqüentador assíduo. “Churchill foi criado aqui no meu bar”, conta Bracutaia.
É por toda essa história e tradição que vale a pena ir a Gargaú para uma visita ao Bar do Bracutaia, para beber uma cachaça com cobra servida no balcão pelo próprio Bracutaia, e aproveitar para trocar um “dedo de prosa” com sua figura encantadora. E, torcer para que, entre cobras, marimbondos, escorpiões e jacarés, que o bar do Bracutaia tenha vida longa, assim como seu criador.
Texto e foto: Wellington Cordeiro
* Matéria realizada em 2006 para a Revista Bussola.
Bracutaia - Cultura na rede
O Nome Bracutaia surgiu numa conversa informal entre os dois mentores desta página, os produtores culturais Romualdo Braga e Wellington Cordeiro que há tempos trabalham em parceria na realização de projetos culturais. Este blog será alimentado de muita cultura e informação. Todos os eventos por nós realizados estarão aqui, como também iremos divulgar as futuras iniciativas. Será possível conhecer os artistas locais e ses projetos. Mas, afinal por que Bracutaia? Recuperei uma matéria que fiz para uma revista de turismo em 2006 para mostrar quem é o Bracutaia da vida real.
Confiram na próxima postagem.
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